segunda-feira, 1 de junho de 2009

Telegrama


Um hiato justificado por um telegrama! Aliás, muitas coisas podem ser justificadas por esse telegrama. Este dito cujo criou um clima de urgência, turbulência e de certo modo, truculência. Várias coisas simultaneamente, inclusive deixar de escrever. Mas vamos lá, porque a urgência me impele com toda a sua truculência a narrar os fatos. Um telegrama que me deu um dead line de dois meses para o meu atual estilo de vida, mesmo que esse estilo de vida não seja o mesmo de uns meses atrás. O impacto é quase o de um Tsunami, no sentindo negativo mesmo: mudança de cidade, ter que costurar novas amizades, adaptar-se a novos costumes, voltar a uma situação de dependência da boa vontade de estranhos, pessoas queridas que ficam, projetos e sonhos que ficam imensamente dificultados, embora não impossíveis. Tudo isso em nome da famosa realização profissional. Por outro lado, quando o tsunami passa, sobre o seu rastro de destruição deve-se reconstruir a vida, novas estruturas, a chance de se fazer novo, sem pressões ou comentários indesejados que sempre aparecem nessas horas e, é claro, algun$$ reai$$ a mais na conta bancária. Um dilema, a big one.

Animo-me ou desespero-me?

Em 2004, mudei de cidade, vim de Teresina para Fortaleza, acho que me adaptei bem aos costumes cearenses, me dissolvi na sociedade local, fiz muitos bons amigos, possivelmente inimigos, muito amei (e ainda muito amo) e muito chorei (como ainda muito choro) e entre erros e acertos acho que me saí bem. Essa iminência de partir, cheia de expectativas de nova vida (embora essas estejam cobertas pelo fino véu da tristeza), cria um desesperado carpe diem, um clima imensamente alegre, despedidas em festas homéricas, fotos, promessas de visitas (que nunca ocorrem), aquele bar das cachaças de sempre, a casa dos churrascos, os abraços das pessoas certas e ao final, quando as festas acabam, sentado sozinho num canto, aquela lágrima escondida, que cai insistentemente, denunciando o vazio.

Por já ter feito isso uma vez, sei que os primeiros meses são estupidamente tristes, nada tem as mesmas cores, mesmo a possibilidade de ir ao Maracanã ver o flamengo jogar não parece tão atraente sem os amigos pra ver junto. Sei que depois os novos amigos vão suprindo o vazio, a rotina seca as lágrimas e o novo way of life se efetiva. Assim, aos poucos, a felicidade se restitui e o que outrora era tristeza, se transforma numa gostosa saudade. E os antigos amigos, aqueles realmente amigos, aparecem, ressurgem, ressurgem pra ficar.

Mas, entretanto, embora, todavia, contudo, tenho certeza que uma coisa e absolutamente uma coisa, a distância e o tempo não conseguirão mudar nem providenciar substituto!

Mas, que coisa é essa??

3 comentários:

Iago disse...

Cara, como tu não mora mais na minha cidade mesmo,só tenho a te desejar boa sorte,que seja feliz lá! A gente sempre acaba acostumando,né?

Mesmo que nossos amigos subam na vida (ou não) fora de casa, é sempre difícil lidar com a distância. Saudade dessas pessoas dói, porém é uma honra ter de quem se orgulhar ou sentir falta. Sempre tive e sempre terei esse sentimento!

Boa sorte pra nós,malhuco!

Berto Igor disse...

eh mermao...tu ja eh macaco velho nessa vida...e eu,iniciante..eh sempre bom aprender com quem sabe!
abraço!

Damasceno disse...

Dieki, dando uma passeada por aqui descobri esse teu post antigo...

E ai? 1 ano depois.. qual o veredicto? Ja deu pra se acostumar legal? Qq coisa faz um outro post de como anda a vida ano a frente desse post.. =P

Abracao