quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Dureza de Francesca de Rímini


Mais uma da idade média! Apesar de ter ficado na história como a idade das trevas, foi uma época cheia de acontecimentos bizarros. Vejamos o caso de Francesca da Polenta. Italiana, filha do governador da província de Ravena, foi usada como moeda de troca para acalmar os ânimos de uma família rival, casando-se com o herdeiro da mesma. Ela cheia de vontade, casando a força, foi para as bodas e durante a mesma, conheceu seu querido cunhado cera da macaxeira, Paolo Malatesta. Após as bodas, já com o nome Francesca de Rímini, resolveu ler as histórias de Lancelot e Guinevere (bem sugestivo) com o amado quando o Boi, quer dizer, o marido os pega no flagra. Muito embora ele não tenha visto nada demais (não encontrei nada confirmando que eles chegaram as vias de fato) a dor de cabeça pelo nascimento(imaginário) dos cornos foi tão grande que ele ficou cego e assassinou o casal de pombinhos. A história não registra, mas como ele era rico, não deve ter dado em nada, pra variar. Mas, sempre há um "mas", os defuntos, que nem chegaram a dar uma (quanto azar morrer por uma paixão platônica), segundo Dante Alighieri em sua Divina Comédia, foram lançados ao segundo círculo do inferno, para onde vão os luxuriosos. Neste círculo, os amantes são destinados a passar toda a eternidade se olhando, tão próximos quanto o possível, mas nunca se tocando, eternamente separados pelos fortíssimos ventos de uma tempestade. Ou seja, morreram sem dar uma, vão passar o resto da eternidade na vontade e o pior é que nem se aliviar manualmente podem, vai que alguém fica com raiva e eles são deslocados pra um círculo inferior. Que pós-vida dura a deles(literalmente)...

A imagem é "A morte de Francesca de Rimini e Paolo Malatesta" de Alexandre Cabanel

3 comentários:

Elenita de Castro disse...

UAHUAHUAHUAHUAHU

Você e seu humor negro, sempre me arrancando risadas.

E olha que não é pra qualquer um tornar a morte tão romântica de um casal histório em algo cômico.

Se vc não fosse tão ateu, eu acreditaria que por algum momento você realmente achou mesmo horrível a idéia do círculo inferior.

Lucas Franco disse...

é cara, se tu tivesse lido o livro, veria que esse círculo é brincadeira de criança, nem doi. Que tal o castigo daqueles que cometeram violencia contra si mesmo (suicidas): Virar uma árvore seca e passar o dia sendo dilacerado pelas garras das harpias e se regenerar durante a noite, repetindo esse ciclo de dor por toda a eternidade?

Thiago disse...

É por essas e outras que mais vale antes preferir pedir perdão a permissão... rsrs...